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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Pour Lígia ...

Foto by Gigio



Criei esse blog para falar de minha filha Lígia. A idéia surgiu quando falou em casar.
Vou postar fotos desde pequena, agora já tenho as do casamento, e falar dela!
Tornei-me sogra e um dia serei "Vovó" (gostosa), quero que minha "netinha" veja tudo que passou por aqui ...

A primeira vez que ouvi a música com Chico Buarque me apaixonei, e mesmo aos 16 anos sem saber o viria pela frente, eu sabia que queria uma filha Lígia.

Aos 21 anos um piloto de olhos verdes, 14 anos mais velho que eu... me ajudou com isso!

Dia 18 de março 1985 ... zero hora... noite de lua cheia... nasce a Musa de Tom Jobim: Lígia
Era a visão linda de um um bebê careca, o Vô a viu logo que nasceu e se apaixonou (e foi assim até o seu descanso por aqui, e continuará sendo ...).
Ganhou seu primeiro brinco de pérola aos dois dias de vida (presente do Vô).

Saí da maternidade sem saber o que faria com um bebê, ou o que o bebê faria comigo?
Quando chegamos em casa meu Pai disse:
- Carmen , olha o que você trouxe para nós ...
Anos mais tarde fui entender essa frase, é uma verdadeira declaração de amor.


"Eu nunca sonhei com você
Nunca fui ao cinema
Não gosto de samba
Não vou à Ipanema
Não gosto de chuva
Nem gosto de sol
E quando eu lhe telefonei

Desliguei, foi engano.
Seu nome eu não sei,
Esqueci no piano as bobagens de amor
Que eu iria dizer
Não, Lígia, Lígia.
Eu nunca quis tê-la ao meu lado

Num fim de semana
Um choop gelado em Copacabana

Andar pela praia até o Leblon
E quando eu me apaixonei
Não passou de ilusão
O seu nome rasguei
Fiz um samba-canção
Das mentiras de amor , que aprendí com você.
Lígia, Lígia...
E quando você me envolver nos seus braços serenos

Eu vou me render
Mas seus olhos morenos
Me metem mais medo
Que um raio de sol
Ligia, Ligia..."



PS.: meu querido compadre Marco cantou essa música (ao violão Marcos Boi), no casamento de Lígia e Rafael, na entrada de Rafael (comigo) e seus pais.
Meu Pai no dia seguinte disse:
- Nem depois de ter ido embora daqui, esquecerei do Marco cantando "Lígia" ... (nem eu).

Existem duas versões de letra para Lígia (1972). As duas são de Tom Jobim, mas a segunda tem alguns toques de Chico Buarque. Chico não quis, entretanto, aparecer como co-autor. Durante o momento político da ditadura militar, a censura mantinha o compositor sob rédeas curtas.

Tom Jobim disse que sempre trocava os nomes das musas e ainda dava a maior confusão.
Porque se você chamar a musa por outro nome, aparece um outro marido para pedir satisfação. Naturalmente, a Lígia é um punhado de Lígias, de Lídias também. Os maridos ficam sobressaltados. Inclusive a letra de "Lígia" nega qualquer ligação: "Não gosto de chuva, não gosto de sol, não vou a Ipanema, não gosto de samba, não vou ao cinema". É uma Lígia sem contato físico. É ascética, desligada, platônica completamente. "E quando você me prender nos seus braços serenos", ela está sereníssima naturalmente, "eu vou me render, mas seus olhos morenos me metem mais medo que um raio de sol". Ele está louco de paixão, supondo que, se tivesse, teria se jogado pela janela. Supondo que de repente a musa poderia ceder às múltiplas cantadas, às canções e a tudo o mais.